“Precisamos ser ouvidos em Londres, Paris, Moscou e Pequim”

  Por repórter ZAM   A Rede de Repórteres e Editores de Investigação Africanos, NAIRE, lançou um apelo para apoiar sua  determinação  na

 

By Sindiso Nyoni

Por repórter ZAM

 

A Rede de Repórteres e Editores de Investigação Africanos, NAIRE, lançou um apelo para apoiar sua  determinação  na exposição de regimes constituídos por “cleptocratas que vendem recursos, promovem a incompetência o nepotismo e oprimem a sociedade civil”.

 

Notando que estes mesmos regimes assediam, prendem e até matam jornalistas credíveis, e cada vez mais “pagam repórteres e publicações para difundir falsas notícias  (…) para abafar aqueles que pretendem desvendar a injustiça”, os membros da NAIRE acrescentam que “as potências internacionais (deveriam) tomar conhecimento de relatórios (que) destacaram (…) o grito pela liberdade que está a ficar bem alto e a  aumentar  cada vez  mais e  mais dos nossos países”. Como “repórteres investigativos, comprometidos com a democracia, a justiça social, a transparência e a responsabilização”, afirma o grupo, “precisamos de ser ouvidos e lidos em Londres, Paris, Nova Iorque e, na verdade, em Moscovo, Teerão ou Pequim”.

 

No seu “Apelo à Acção”, a NAIRE também afirma que as reportagens  de jornalistas de investigação africanos que expõem erros como a cleptocracia e a opressão não são importantes apenas para o continente africano, mas também para o resto do mundo. “Como irá a migração para fora de África diminuir, quando os governantes cleptocratas beneficiarem dela através de taxas de passaporte cada vez mais elevadas e do envolvimento em agências de tráfico humano? Como podem as alterações climáticas e a deflorestação ser travadas quando o financiamento internacional destinado a resolver estes problemas desaparece nos bolsos dos indivíduos? A Europa manifestou preocupação com os golpes militares africanos, mas será que espera realmente que os cidadãos desesperados continuem a submeter-se ao domínio de regimes pós-coloniais ladrões e incompetentes?”

 

Ao mesmo tempo que procuramos o debate “dentro das nossas comunidades, bem como com a comunidade internacional e os poderosos”. A NAIRE apela ainda “aos colegas de países onde o jornalismo está mais protegido para trabalharem conosco em igualdade e ajudarem a amplificar o nosso trabalho” e às “forças pró-democracia, países parceiros poderosos a nível internacional, a União Europeia e a União Africana para apoiarem o jornalismo profissional e forças para a democracia, responsabilização e transparência no continente.”

 

Observando que as reportagens  da NAIRES são publicados através da Revista ZAM, o grupo compromete-se a continuar a “construir e utilizar a plataforma ZAM para transmitir os nossos apelos  e os nossos esforços transnacionais pan-africanos” e a “aumentar a sua função (da ZAM) como um canal  editorial , segurança, apoio jurídico e psicológico que tanto carecemos na maioria dos nossos países”. O grupo acrescenta que também planeia “envolver-se com apoiantes internacionais da democracia e da liberdade de imprensa para nos ajudar a criar plataformas de comunicação social mais profissionais e de bom padrão na própria África”.

 

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